Eu tenho que escrever...
Eu tenho que escrever mesmo sabendo que pouco adiante.
Preciso expor o que sinto nem que isto me custe.
Preciso dizer umas verdades inúteis...
Preciso sobreviver a tumba.
Necessito falar do coração cheio de lágrimas
Da alegria que não há( nem sei se já esteve)...
Deixe-me contar:
Cada vez mais envolvido num redemoinho.
Cada vez mais perdido no caminho.
Sinto que nem sei o que pensar.
Sinto que nem sei quem sou .
Sou o que dizem. Sou alguém.
Nada sou... Pó e pó.
E só o que fica de resto é ilusão.
E mesmo no rio, vejo a poluição.
Vejo a correnteza trazendo ilusão.
Eu não cresci.Eu perdi-me na estrada...
Não consigo acompanhar o mundo:
É muito rápido.Eu sou devagar.
É muito amargo. Eu tento ser doce.
Eu não não consigo ser quem quero ser
ou o que os outros querem que eu seja.
Sou apenas inundações de nada.
Pedaços de fracasso espalhados nas vias externas
nas vidas alheias.
Sou apenas aquele que faz os outros sorridentes
o bobo da corte, o Sansão sem olhos e sem dentes.
Sou apenas um pedaço de fluido que escapou no gás da vida
Sou somente nada e nada mais.
2 comentários:
A sua desenvoltura me deixa perplexo, muitas peripécias abraçam seu texto, sede e mais sede é o que sinto quando os leio.
Muito obrigada, amigo!!
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