segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Desilusão

Eu tenho que escrever...
Eu tenho que escrever mesmo sabendo que pouco adiante.
Preciso expor o que sinto nem que isto me custe.

Preciso dizer umas verdades inúteis...

Preciso sobreviver a tumba.

Necessito falar do coração cheio de lágrimas
Da alegria que não há( nem sei se já esteve)...

Deixe-me contar:

Cada vez mais envolvido num redemoinho.
Cada vez mais perdido no caminho.

Sinto que nem sei o que pensar.
Sinto que nem sei quem sou .
Sou o que dizem. Sou alguém.
Nada sou... Pó e pó.

E só o que fica de resto é ilusão.
E mesmo no rio, vejo a poluição.

Vejo a correnteza trazendo ilusão.

Eu não cresci.Eu perdi-me na estrada...

Não consigo acompanhar o mundo:
É muito rápido.Eu sou devagar.
É muito amargo. Eu tento ser doce.

Eu não não consigo ser quem quero ser
ou o que os outros querem que eu seja.
Sou apenas inundações de nada.
Pedaços de fracasso espalhados nas vias externas
nas vidas alheias.
Sou apenas aquele que faz os outros sorridentes
o bobo da corte, o Sansão sem olhos e sem dentes.

Sou apenas um pedaço de fluido que escapou no gás da vida
Sou somente nada e nada mais.

2 comentários:

Deus é Amor disse...

A sua desenvoltura me deixa perplexo, muitas peripécias abraçam seu texto, sede e mais sede é o que sinto quando os leio.

Évelim Paixão disse...

Muito obrigada, amigo!!