terça-feira, 4 de outubro de 2011

Depoimento

Curiosamente os olhares não se surpreendem.
O vai e vem de pés, braços e pernas nem me enxerga.

Sinto-me invisível todos os dias...
E sou. Sei que sou.

Tenho grandes amigos.
Mas eles estão ocupados ...

-Xô! Xô cachorro "desgraçado" esse, viu!

Todo dia é isso.
Carrego carrego e carrego.
Pedaços e pedaços de vidas, de retratos, até de sonhos...

Mas os meus...

Não dá tempo pra pensar nestas coisas...
Quer dizer....Até dá. Mas não é bom para os neurônios.

E aqui há os que pensam...
Há os que fogem e se divertem da realidade.
Tem os alcoolicos.
Os sem sentido.
Os desiludidos.

-Xô! Xô!...

E eu vou vivendo vivendo vivendo.
Eu vou tentando superar o descaso.

Família não tenho.
Abrigo me falta.
Palavras ao vento.
(não as alcanço )
Corações maldosos.
(Suporto-os)
Mentes preocupadas...
E eu aqui...
Sem medo...
Vivendo, viven...do ....

2 comentários:

Naiana P. de Freitas disse...

gostei!!!
:D

rodrigo disse...

mesmo com as diferentes facetas, a inconformidade com o cotidiano, o narcisismo, a sofreguidão e a maximização da dor humana acompanha o sujeito poético...nas mais diferentes poéticas...

inclusive na poética do escárnio e da paixão eveliniana...rsrs