sábado, 15 de novembro de 2008

Luz no fim do túnel

Luzes clareiam o quarto
de alguém que por muito tempo
Viveu no anonimato
Revelação do destino(muitas vezes irônico)

A matéria quase exaurindo
O canto é escuro ,impuro, podre...
Os ossos resistindo ,partindo...
Ninguém para levar-lhe água,suco bebida alguma

E agora ,um medo de morrer
transpassa-lhe a garganta ,a alma...
Não há mais motivos para ser alguém,viver...

Mas eis o dia exímio
de algumas criações,
quando numa noite escura ,fria e fétida
aparecem as oblações!

Gente que não tem...Lua

Sangue vertido na face suada
Dor,opressão,correria,
O cansaço de todo dia...
Agonia,sofrimento ,o tudo e o nada.

Vida de quem luta
buscando:
amor,
alegria,
sonhos...

Gente que não tem sorte de ter nascido-virado para lua
Sangue.Suor.Salvação.Solidão.Surpresas ,sua.
(Lua dos loucos e lúcidos)
Dos tocos que tomam
Essa gente leva toda torpeza tua:Você!Louco virado pra Lua.

Beija essa boca que escarra

Um cacho de uva
Um pedaço de bolo
Um deslocamento labial para o riso.
Um sopro divino
Um abraço,um tesouro.

Tic tac,solilóquio do tempo
Tic tac,suspiro triste
Tic tac,que tal o momento
Tic tac,quanto gás se emite
Tic tac,pranto.Tic tac é elite.

Ou seja,isso é aquilo
Ou seja,falsidade e sorriso
Ou seja,ditadura e abrigo.

Cárcere

Rumina em todo encarcerado,
que se alucina na noite,
que se despedaça no dia,
a utópica sensação de liberdade.
Há um engano em seu olhar,
E o tempo mostrará as suas faces.
A verdade é que a vida faz zombaria de nós.
“Prisioneiro de mim” hoje, sou.

Habita em todo moribundo
Que se arrisca na lida
Que se esconde da vida
A esperança de do mal se libertar
Há um engano em seu olhar
e o tempo já o diz ou o dirá!

Rorigo Lima e Évelim Paixão

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Versões de uma(s) vida(s)

Nem um dia a mais.
Nem uma noite a menos,
Ando de ônibus, de bicicleta,a pé...
Crispo meu ser.

Louvo as qualidades da alma
Meus desejos são inspirados
Num anseio de viver

Liberto-me da prisão
do trânsito das almas
Da noite mal estruturada
Só para encontrar o amanhecer

Nada vai impedir
o mundo de caminhar
tudo que ,ainda,me alegra
é poder sonhar.

Vidas amálgamas
Secretam-se vozes histéricas
Dum mundo de lutas vazias
Sem dias.

Cristal reluzente
sem sombra de dúvidas
mesclam-se imponentes
lírios e liras úmidas.

Castidade e pureza
Relacionam-se a beleza
Dos problemas do ser.

Numa estrela apagada
Brilha uma luz
Que teima em se esconder.

No mundo de alegria
De profunda elegia
Esconde-se o grito
Sombrio do animal enjaulado
No circo do prazer.

Águas cristalinas
Vidas sussurrantes
Do Rio Paraguaçu
Vivendo ao relento
Sopra-se o vento
Embaixo do céu azul.

Noites clareadas
Com madrugadas recheadas
Do som impetuoso
Do mar, da fria sensação
De quem só pode remar.

Lucubrações externas
Lambem o sussurrar dos pássaros
Cantam uma canção esbelta
Da caçada assombrada
Vagada no mato.

No fundo do mato-virgem
Nasce um urso: feroz, sagaz...
Castiga-se em prol do fruto bendito
E ao mesmo tempo atroz.

Tela quadrada, conhecimento...
Vida espetacularizada
Coisa de momento?

Só vendo pra quê
Quem num pesadelo
Amoroso sucumbe um plano
Do gato noturno
Só pra sobreviver.

Num pranto circular
Que mistura cachaça
Ao refrigerante
Se Lida com lendas
Muito emocionantes.

Note-se o currículo
Do módulo grosso
Do curral cheio de vacas
E grandes colossos.

Corra-se a brisa
Recorra ao mar
Liberte-se da sombra
Só pra se conceituar.


Lálálá ééé hoje
É dia de andar a pé.

Ecumenismos
não me inspiram.
Será?
Nesta sociedade
O mais certo é mesclar.
Será?

Hoje se esvai o sol
Escorrendo o amarelo esverdeado
No branco amarrado
Do azul maltratado
De um Brasil de além-mar.

Ando de carro
Do ano, sem mancha.
Sei me acostumar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

(Es)cada

Cada poema é uma dor que reflete o meu olhar
Cada poesia é um sofrer
É um véu a se rasgar
E cada sonho é um grito mudo
E cada olhar é um analisar profundo
E cada galho de árvore reflete os problemas do mundo
E cada noite é um amargurar
E cada amanhecer custa a chegar
E cada faca na parede é uma lagartixa morta
E saquear os fracos é uma ignonímia mórbida
E cada dor é um poema
E cada sofrer de alma...
Motricidades

No ar sobreponho minha força
Remexo os resíduos dos sonhos, o mundo dos homens...
No ar vivifico os meus planos
E em casos e acasos luto sem medo...
Luto com desejo. Sou forte.
Nos rios da vida diluo meus temores...
Sorvedouro de imagens me acompanha,
são as doces sensações do momento.
Na cosmicidade da vida lambuzo-me
E luto. E vivo. Sou forte.
E em lida desvairada me superponho.
Me encontro nos lugares firmes e flácidos.
Nos pontos escuros, claros ou sarcásticos.
E sonho de novo, sonho em repouso.
Sonho porque sonho. Sonho como renovo.
Nas vozes da liberdade
Misturo o sangue do meu rosto
Com as águas dos mares
Os suores dos homens, de tantos!
E sisudo me faço. Me refaço.
Me encontro nos espaços frios, vazios...
Nas necessidades do agora.
E sonho, e luto, e vivo....Deixo a minha história!