quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dias

Um dia
No meu quarto.
Em oração.

Outro dia
Feliz.
Em meditação.

Um dia.
Música.
Bateria e muito rock.

Um outro dia
Amor.
Euforia.

Um dia
Curiosidade.
Alegrias.

Outro dia
Dor.
Em contemplação fria.

Hoje

Hoje eu tive uma vontade louca de tomar uns goles de vida.

E quis afogar-me em minhas próprias lágrimas
No mar de ilusões e sonhos...(de minhas lidas)...
E não como Alice no país das maravilhas.,
Hoje eu quis ser eu em meio as almas individualistas...

Hoje eu olhei os sinais do tempo se cumprindo
E eu aqui:correndo, mentindo,sorrindo...
Hoje eu vi pessoas não pessoas
Hoje vi resquícios de ser humano
Hoje vi nada em muitos rostos...

Hoje o tempo não parou...(como sempre)
Mas eu estava diferente.
Caminhante observante estridente

Para olha vê escuta senta anda
Hoje quem é que nos comanda?

Hoje eu quis enfiar uma faca em meu peito
Hoje eu quis sentir o prazer de ser suicida
Hoje eu quis ser menos egoísta

Hoje eu fui menina.
Hoje eu tive olhos.
Hoje eu tomei uns goles de consciência.

Bom dia

Quero dizer bom dia hoje...

Um bom dia a natureza
Um bom dia pra quem me lê
Um bom dia ao rapaz da padaria
Um bom dia pra minha vizinha...

Quero dizer bom dia a todos que me escutam
e até àqueles que não gostam de responder.
Quero expressar minha alegria
Te dizendo um bom dia

Um bom dia cheio de luzes
Um bom dia cheio de cores e de amor
E que, hoje e sempre,
não haja rancor.
E que bata o tambor
E que cante a guitarra
E que bom dia haja!

Quero dizer bom dia todos os dias
Quero olhar a janela
e ver bons cidadãos
Quero dizer bom dia aos meus colegas
ao meu chefe e aos meus irmãos.

Quero ver o bom dia renascer
a cada nascer do sol
Um bom dia a todas as nações!
Um bom dia cada dia aos bons!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desabafo de um cristão

Me dizem que sou bruto .
...que sou burro.

Dizem que não posso confiar...
Dizem ser outra mentira na qual me envolvo.

E dizem até que sou criatura inculta.
Demente.
Displicente.

Querem que eu concorde com tudo.

(Modernidades...Contemporaneidades...)

... ... ...

Sinto muito.Não dá.
Deixe-me crer.

Deixe-me acreditar em minhas próprias convicções.
Deixe-me ser eu ...

... ... ...

Eu não estou inventando moda.
Não quero ludibriar quem quer que seja.

Mas deixe-me viver....
Deixe-me ser poeta e cristão.
Deixe-me ser humano.

Por que eu não posso crer?

É irracional? É utópico?
Deixe-me viver!!

Sinto muito...

Posso até não concordar
com o que fizeram de meu Deus
de minha religião,
com o passado de opressão...
mas fingir que Ele não existe?

Ah!.. Por favor! Me deixem!

No ônibus

No ônibus vejo tudo:
Vejo gente carrancuda,
de bem com a vida,
irritante,
discrepante,
venenosa....

vejo
discriminação,
poesia,
interação,
e fofoca...

De ônibus penso em tudo:
Pouca cadeira,
muita gente,
suor,
briga,
furdunço!

Do ônibus sinto muito:
raiva,
medo,
curiosidade,
tudo.

Duas horas, duas e meia...
eita tempo bom pra fazer amizade!!
pra passar raiva...
pra sentir odores...
Fico especialista em cheiros, em histórias de vida...

Vejo a tribo
dos revoltados,
dos espiritualistas,
dos egoístas,
dos caras de pau,
dos individualistas!

Vejo até animal!
Vejo gente que não é gente!

Mas é gente!!

Pra terminar...
no ônibus tem-se de tudo:
meio, príncipio e fim.

Chegamos limpinhos, cheirosinhos...
Ficamos bem juntinhos,enlatadinhos...
Saímos sabidinhos,sujinhos, amassadinhos...

Ah!...
Quer um conselho?
Quer saber como é a "vida"?
Suba num ônibus!

kkk

Infidelidade

Às vezes o silêncio do corpo reprime a alma
Às vezes o incômodo choro é o que restaura
Similitudes e circunstâncias sublimes chegam
E no arquivo da memória ficam mostos
Ficam gostos, assopros...

Daquela história de demarcar o plano circular da vida
O que sobra é uma ferida
Ah!Quem me dera se meus versos fossem sonetos
Fossem perfeitos...
Mas na intrépida vida de que faço parte
Nem mesmo os sonhos são de Néon
Nem mesmo a paz é interina...

Não critico os que querem ser perfeitos...
Não sou incrédula, sarcástica,...
Ou talvez seja, inconscientemente fatal
Sem endereço, sem logradouro...
Estou misturada no amarelo do ouro
Ainda que o brilho porque fosco, seja irreal


Naturalidade incipiente e improvisada
De quem da lida conhece a espada
De quem dos sonhos conhece o pesadelo
Parece até receio, parece até correção monetária
Corações pulsam envoltos em lençois
E a dística sensação do bemmal fica

O órgão pulsa ferido,comovido...
A linda sensação de um amanhã feliz
Finda, quando diante das notícias ímpias
Da solidão que entra e não pede partida
Das concessões sólidas e insolúveis ...

Qualquer que me diz que no fundo do lago há esperança
não o chamo mentiroso,sonhador...
Mas desta vida carrego uma dor
uma polidez desmedida
uma cruz descabida!

Poema vivo

a Uillians

De vez em quando eu me meto
a escrever...
Me atrevo a dizer palavras sutis
denuncio horrores,mundos vis.
Não quero ser mais um na multidão
Não quero ser mais um trapo na estrada
Quero materializar-me na escrita
Fazer alguma coisa pra sarar
quem sabe,vidas malfadadas.
De vez em quando sou um rio corrente
tomo posição coerente.Reflito!
Me faço realidade não só mito!

Em busca da liberdade

Com a cabeça inclinada ao vento
Vou mirando o olhar numa nuvem
Amarelando,azulando escurecendo o céu
Vou mastigando esmiuçando o tempo

Eu queria a escada que Jacó contemplou
para que eu pudesse sondar a lua de perto
Eu queria ver o arco-íris como Noé o viu
para que eu tivesse mais anelo

Cuidando que minha face não apodreça
Vou amaciando-a limpando-a a cada envenenamento
Caricatura fiel ao original vou fazendo
Escavando o túnel do céu até que ver Deus eu mereça

Polindo o meu ser sentimentalista
Acariciando as asas do vento
Degustando cada movimento
Até que a felicidade completa eu tenha em vista

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Depoimento

Curiosamente os olhares não se surpreendem.
O vai e vem de pés, braços e pernas nem me enxerga.

Sinto-me invisível todos os dias...
E sou. Sei que sou.

Tenho grandes amigos.
Mas eles estão ocupados ...

-Xô! Xô cachorro "desgraçado" esse, viu!

Todo dia é isso.
Carrego carrego e carrego.
Pedaços e pedaços de vidas, de retratos, até de sonhos...

Mas os meus...

Não dá tempo pra pensar nestas coisas...
Quer dizer....Até dá. Mas não é bom para os neurônios.

E aqui há os que pensam...
Há os que fogem e se divertem da realidade.
Tem os alcoolicos.
Os sem sentido.
Os desiludidos.

-Xô! Xô!...

E eu vou vivendo vivendo vivendo.
Eu vou tentando superar o descaso.

Família não tenho.
Abrigo me falta.
Palavras ao vento.
(não as alcanço )
Corações maldosos.
(Suporto-os)
Mentes preocupadas...
E eu aqui...
Sem medo...
Vivendo, viven...do ....

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Desilusão

Eu tenho que escrever...
Eu tenho que escrever mesmo sabendo que pouco adiante.
Preciso expor o que sinto nem que isto me custe.

Preciso dizer umas verdades inúteis...

Preciso sobreviver a tumba.

Necessito falar do coração cheio de lágrimas
Da alegria que não há( nem sei se já esteve)...

Deixe-me contar:

Cada vez mais envolvido num redemoinho.
Cada vez mais perdido no caminho.

Sinto que nem sei o que pensar.
Sinto que nem sei quem sou .
Sou o que dizem. Sou alguém.
Nada sou... Pó e pó.

E só o que fica de resto é ilusão.
E mesmo no rio, vejo a poluição.

Vejo a correnteza trazendo ilusão.

Eu não cresci.Eu perdi-me na estrada...

Não consigo acompanhar o mundo:
É muito rápido.Eu sou devagar.
É muito amargo. Eu tento ser doce.

Eu não não consigo ser quem quero ser
ou o que os outros querem que eu seja.
Sou apenas inundações de nada.
Pedaços de fracasso espalhados nas vias externas
nas vidas alheias.
Sou apenas aquele que faz os outros sorridentes
o bobo da corte, o Sansão sem olhos e sem dentes.

Sou apenas um pedaço de fluido que escapou no gás da vida
Sou somente nada e nada mais.

Voz da igualdade ( sem meandros)

Permita-me contar um segredo.
Permita-me dizer tudo que eu sinto.

Me deixe denunciar esse lixo social
de que me cerco todos os dias.

Me deixe encostar nos muros
prestes a cair...
Me deixe sentir de perto
o que muitos sentem.

Me deixe treinar um golpe em sua face
pra que também haja a dor.

E depois disso, ver-lhe sangrar...
Ver-lhe amargar em busca de médicos...

(E que não haja remédios....)


[...]

Não, não é vingança...
É teste com ratinhos!

E já que somos todos iguais, vamos sofrer juntos.
Vamos sorrir descaradamente em todos os momentos.

Somos vento, não somos?
Somos maré calma, brisa suave...não é?
É, e somos lobos também.

Somos hipócritas cheios de bom senso e de amor.
Mas estamos capturados pela miragem duma nuvem.

Acalmemo-nos,por favor!...
Vamos sonhar...
Vamos sonhar...

E que possamos sentir as injustiças sociais.
Que possamos visitar os pobres em noite de chuva.

Quer um conselho? rs

Não "xingue"! Não culpe Deus pela desgraça!
Isso me parece forma de malandro...
Isso ressoa desculpa de descarado em praça pública.

Ah tá!sim... Vamos lá!
É continuar acreditando na piada da igualdade
Ou lutar pela felicidade.

Completa, sim, completa!!

E aí, entendeu?
De que lado você está?

Pedaços de mim

Cada vez que me leio percebo outras cores.

Cada vez que me inscrevo no mundo sou ponto.

E cada vez que os sonhos me vem, são turvos.

Cada vez que escrevo um verso tenho medo.

Cada vez que digo uma frase, a contradição me persegue.

Sou homem, sou praça, sou esquina, sou rua alagada, sou menina.

Cada vez que me ponho em desespero o espectro me acusa.

Cada vez que sou estrela no espaço calo-me em opaco azul-escuro.

Sou homem,sou neve, sou lua de sangue(talvez),sou muro.

Teatro da vida

É nas cenas obscuras que mais me encontro.
É nos sonhos perdidos que sempre estou.

É nos jardins sem flores...

É nos bancos das praças...
Nos retratos sem jeito...

É nos pensamentos confusos que sempre me vejo
É nas arquibancadas cheias de desejos.

É nas ideias infelizes...
Nos rios invisíveis...
Nas noites sombrias...

É nas dores estampadas...
É nas cicatrizes...

(Que há sempre um pedaço de mim)

E no teatro desta vida
Sou sempre noite.
Sou infeliz sombra de outros atores.

E nas cenas do meu quarto
há sempre dores.

E nas ruas da cidade
Sou flor e nada mais.
Sou apenas rio de sangue...

E é lá,lá, nos mais recônditos lugares,
nos mais imperfeitos lagares
Que se encontra minha alma perdida.