quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sete vidas

O meu barco navega em alto mar
E o meu coração cumpre uma sina
E a minha alma vive a chorar
Lágrimas,suor,esforço...
E no fim:desgosto.

Pego da lâmina para cortar meu pulso
Mas num ímpeto de assombro
Desisto,corro,choro.
E por fim:sangro pelos poros.

Ah!como é triste minha lida
Me assombro com minha própria sombra
Sou esquelético,patético,infeliz...
Tenho uma alma desiludida.

Liquido os sonhos que tenho
Louco,corro atrás dos desejos
Mas que luta sem sentido
Tudo que quero não sai do desenho.

Formulações de um eu

Criei um mundo diferente daquele que os homens esperam.
Arquitetei um plano só meu.
Desenvolvi uma pesquisa teórica e ficcional sobre mim.
Viajei para Marte ,não importou eu ser Terra.
Eles me aceitaram lá, do jeito que eu era.

E do modo que sou, vou cultivando batatas.
Vou plantando de todas as raízes dentro de mim.
Rego cada árvore.
Apalpo a lama sem dó.
Me encontro no lugar que saí:do pó.

Desenhei cada linha encontrada em meu corpo
Encaixei os pedaços do meu ser.
Purifiquei meu sangue.
Lavei minhas vestes.
Ficaram apenas resquícios lindos de um amanhecer.

Formei um retângulo gêmeo dos quatro cantos.
Cozinhei as veias em meu próprio sangue.
Descasquei a pele com uma faca milagrosa.
Amaciei minha carne e a comí com um pouco de pipoca.

Unknown

The world cries a lot.
And the hope is finishing.
Human beings are fighting!
Where is the life?
A few people smile.
Where is the love?
There is a little of it.
There is love in a few people.
Where is the hope?
The hope still exists.
Yes, there is hope.
But I think…
I think…I don’t know what I think!
Do you know? Help me.

O sistema

Falas sobre amor
e sonhas com torpeza,
Veste-se de "pobre"
Mas no fundo és buguesa

Ó alma maculada!
Sabes me dizer quem sou
e não sabes explicar uma piada
por sinal de mau gosto
que alguém me contou,
nela me expuseram sua vida improvisada
jamais calculada.

Me explicas por favor,direitinho...com amor
Que eu preciso entender
Por que és tão dissimulada?
não me escondas seu torpor
pois a capa(proletária)já caiu
não deves me esconder nada
sua máscara exauriu.

O nobre sentimento

Água cai dos meus olhos
Quando estou no ônibus
e vejo crianças tristes pedindo nos sinais.
Dor no peito
assim que contemplo gente
nas ruas suplicando por algo mais
Angústia da minha alma
contemplando manchetes:
mortes e misérias no jornais.
Vilipêndio,suplício -sinto.
Olho para mim,
como sou esgotada de sentimentos
não penso na história
contada nos versos acima
Choro,esperneio,curto a dor do
meu peito.Sim!Sinto!
Mas só por aquilo que em mim
São golpes fatais!

Como sou sentimental
Sinto-me
o mais vil dos animais
Eu sofro,
E viro os meus olhos do sinal!

Sem inspiração

A inspiração não vem
Estou com a voz cálida e doce
Mas a inspiração não chega

Tremores me envolvem em todo o tempo
As mãos suam de felicidade
Mas o momento inspirado me falta.

Estou temendo uma dor profunda
Estou sentindo um frio na pele
Mas como num cisma
Fico sem inspiração.

Sofro, alegro-me,deito, levanto
Sonho com flores brilhantes em um jardim
Mas continuo assim:
Murcha, e a inspiração não corre a mim.

Afogo-me em mares de dores
E não consigo passar no papel,
Nem luz nem brilho
Nem cores.

O que fazer sem inspiração?
O que fazer sem tê-la?

Poema vivo

a Uillians

De vez em quando eu me meto
a escrever...
Me atrevo a dizer palavras sutis
denuncio horrores,mundos vis.
Não quero ser mais um na multidão
Não quero ser mais um trapo na estrada
Quero materializar-me na escrita
Fazer alguma coisa pra sarar
quem sabe,vidas malfadadas.
De vez em quando sou um rio corrente
tomo posição coerente.Reflito!
Me faço realidade não só mito!

Horas fúnebres

Meu Deus!Eu me olho no espelho,vejo a face completamente rota.Cheia de lágrimas.Os olhos estão vermelhos.A madrugada demora de passar.Meus sonhos chegam e vão-se como um mosquitinho atordoando-me.Neste caso reflito,e como eu queria fazer com os meus anseios o que faço com o inseto que zumbe ao meu ouvido.Eu o mato.Não!Não é que não queira mais tê-los.É que a certeza de não os poder realizar neste momento, me magoa.Me magoa tanto que eu tenho este desejo homicida.Sim.Quero assassiná-los.E agora,olhando o meu reflexo neste objeto tão ordinário,eu me sinto ainda mais incapaz.As pálpebras caídas, os olhos lânguidos,cheios de água e como já disse vermelhos.Oh! reflexo infeliz.Tenho agora a vontade de quebrá-lo, de o partir ao meio,despedaçá-lo.Assim eu cumpriria nele,o que era melhor fazer em mim,nesta hora funesta e grave.Hora desgraçada!INFELIZ!INDISCRETA!INSACIÁVEL!Oh!Quantos adjetivos!Eles caem muito bem como "nicknames" à esta hora da madrugada.Não cumpro o desejo que recai em mim nessas crises que eu tenho.Essas vontades vêm de súbito,passam rapidamente como uma nuvem desfaz-se no céu.Eu viro assassino,assassino dessas e de outras ideias loucas.Ideias loucas que podem me levar à loucura.Vós que me lêem,não me imputes a insanidade como característica comum.Sou apenas alguém em conflito.Em guerra com o mundo e travando batalhas em meu ser.Eu não sou desvairada,queridos leitores;talvez vós se encontrem nisto que escrevo de dentro de mim.Dessas infelizes idealizações que me invadem e que eu não posso deixar de deitá-las fora.

Em busca da liberdade

Com a cabeça inclinada ao vento
Vou mirando o olhar numa nuvem
Amarelando,azulando escurecendo o céu
Vou mastigando esmiuçando o tempo

Eu queria a escada que Jacó contemplou
para que eu pudesse sondar a lua de perto
Eu queria ver o arco-íris como Noé o viu
para que eu tivesse mais anelo

Cuidando que minha face não apodreça
Vou amaciando-a limpando-a a cada envenenamento
Caricatura fiel ao original vou fazendo
Escavando o túnel do céu até que ver Deus eu mereça

Polindo o meu ser sentimentalista
Acariciando as asas do vento
Degustando cada movimento
Até que a felicidade completa eu tenha em vista

Acácio

Vejo-te toda noite
Acácio querido,
Sonho com teus beijos molhando-me os lábios
Busca incessante da realidade de açoite
Pois vieste a mim como pássaro ferido
Te acolhi,dei-te amor,paixão.
Sentimentos (para mim)sagrados,sábios...
Sofro por teres me rejeitado
Por isso te busco na minha solidão
De madrugada ouço os teus murmúrios
Como de um hino cantado,ensaiado.
Luto por esquecer-te:não adianta!
Tu me apareces por detrás das janelas ,dos muros...
Quando percebo já tenho-te ao meu lado
Tua boca carnuda e vermelha
escondendo a minha.Insignificância.
Aí pronto! Fato consumado!
Brilho efervescente da estrela .
Já não quero ter mais insônia,ânsia
quero tê-lo,somente isso.
E se um dia quiseres encontrar-me
estarei aqui,porque nunca saíste de mim.
Sempre fizera-me reboliço.

O vale

Todas as manhãs...
passo pelo vale.
Dou uma espiada, meus olhos
estremecem,tornam-se vermelhos
e principiam em chamas
Todas as manhãs...
busco o caminho longe do vale
não adianta...vivo,passo por ele
minhas pupilas não descansam
manhã alguma.
Um dia, descubro outro caminho
menos denso,
Porém é tarde
o vale me encantou,me ludibriou
Há incandescência nos meus olhos
que presenciaram a vermelhidão,a cicatriz daquele
inesquecível lugar
Quero liberdade,a tenho!
Mas não como a que há no vale
Eu não compreendo...queria-o longe de mim
Agora sonho com os sorrisos tristes que lá ouvira
Com o brilho do sangue nas veias dos seus habitantes
Ah!Como era terrível,íntimo,surpreendente
aquele lugar de aspecto afogueado
Que me maltratava
Ah!Que saudades tenho de ti
...querido vale...

Criptônimo

Eu nunca te amei
Criatura repugnante!
Teu espírito
é de todo sujo,absurdo...
teus desejos são maus e constantes

Tentastes me ludibriar
não conseguistes o que querias
pois que eu jamais te amaria,
Abjeta,vil,sutil...tu quisestes me maltratar.

Sofres hoje por não saber quem vais usar
pois que todos conhecem tua fama
A pior das criações(a maior das infâmias)

E se tem pessoa nesse mundo limiar
que não te conheces bem
saibas que eu vou espalhar por aí
que tu és o satanás,vestido de neném.

Visita indesejável

(a Rodrigo)

Desde quando eu te conheço?
Quando foi que eu te vi?
Coisa danada
Você quer que eu morra?
Não quero viver ao seu lado
Seu rosto é rubro
Seu punho afiado
Seu corpo é gelado
Não encosta em mim
Morra! Corra!
Coisa danada
Gélida, você me atormenta...
Não quero sentir seu corpo enfeitado
De espinhos, cravos, parvos
Seu rosto é rubro
Seu punho afiado
Seu corpo é melado
Odeio você!Coisa horrenda, danada
Nunca te quis
Não te sonhei pra mim
Mas você me atormenta...

Podridão de sonhos, eu tenho
Quando queres me ver
Fico turva, atordoada.
Fétida, pútrida tu és...

Cansei de te amar

Cansei de te amar
você não é mais o meu querido
você não é meu mar
é ainda pássaro ferido
Tu me rejeitaste
achou que te amaria pra sempre
ó que pena!!Foste incongruente
Não sei se és lúcido ou demente
Só não te quero mais
Tu pra mim és um outro qualquer
e não se entende.Por que agora me queres?
"Vá catar coquinho" amor
Sou eu ,sou incolor...

Não sei bem o que

Às vezes me vem um turbilhão de idéias
eu choro rios de lágrimas
fico de contínuo no mar de infinitas possibilidades
me liberto,me aprisiono.
É uma angústia....o meu ser está fervilhando pensamentos
A liberdade que eu sinto vem da prisão que me alimenta
Neste momento quero chorar, quero sorrir
não sei o que quero.
Há uma briga em mim entre o viver e o morrer
o morrer da escrita,e o viver dela mesma no papel
Acho que os vermes que habitam o meu corpo
ficam,que nem eu,na indecisão:
não sabem se me admiram ou se me roem
E eu me calo, falando apenas no verso e no inverso de mim
livre estou,presa também.Por que?
Porque isso é o meu calo no pé
é o banho de mar que eu tomo
sempre lanço no escuro,na imensidão,na "coroa"
os meus defeitos,o meu sucesso enquanto livre,
a minha solidão.
E tudo aí fica muito maravilhoso,ótimo.
Até que eu me lembro que eu não posso esquecer
de amar o que eu fiz até o fim.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dependente


Preciso postar um recado no teu coração
Te dizer te amo e te mostrar um mundo cheio de cores e vida.
Te direcionar prum lugar que seja repleto de euforia,de fantasia.

Preciso reestruturar idéias em minha mente
E te escrever cada dia um poema,
Imprimi-lo em você.

Preciso te adicionar em meu coração
E cantar todo dia uma canção de amor pra te ninar.

Preciso ser em você uma estrela que brilhe
E quero que você seja o sol que ilumina o meu dia

Preciso ser o violão que você toca
E quero dedilhar em você melodias que brotem de mim.

Preciso apanhar um pedaço de luz
e diluí-lo nas páginas que regem a nossa vida.

Preciso de você e ponto!
E quero que você precise de mim...
Preciso que você me ame como eu te amo...

....Meu amor...